Petição inicial
Autor | Almeida & Leitão, Lda |
Páginas | 13-22 |
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sociedade comercial por quotas de responsabilidade limitada, com sede à Rua Patrício, n.° 846, no Porto, pessoa colectiva com o número 501 520 820, matriculada na Conservatória do Registo Comercial do Porto, sob o número 38247/830823 (P. 18553), com o capital social de cinquenta mil euros,
vem, ao abrigo do disposto nos arts. 18.° e 19.° do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas, requerer
com base no seguinte somatório de fundamentos e razões:
1.°
A requerente constituiu-se sob a forma de sociedade comercial por quotas de responsabilidade limitada por escritura outorgada aos 22 de Junho de 1983, no Sétimo Cartório Notarial do Porto (vide doc. n.° 1).
2.°
Então com o capital social de quinhentos mil escudos (vide doc. n.° 1),
3.°
ulteriormente, em 30 de Dezembro de 1997, aumentado para dez milhões de escudos (vide doc. n.° 2) e, Page 14
4.°
com novo aumento de capital em 7 de Setembro de 2001, por incorporação de reservas livres no montante de 24.100$00 (vide doc. n.° 3), sendo que,
5.°
mercê da imposta redenominação ficou o mesmo fixado até ao presente em cinquenta mil euros (vide doc. n.° 3).
6.°
O objecto social sempre foi o de fabrico de confecções (vide doc. n.° 1).
7.°
Verdade sendo que, nos primeiros anos de actividade não encontrou dificuldades de inserção no meio em que se instalou.
8.°
Mesmo podendo dizer que cedo se conseguiu expandir, aumentando, consequentemente, a respectiva produção e, por via disso, os postos de trabalho.
9.°
Mas, chegou a década de noventa, com acento especial nos últimos anos da mesma e,
10.°
as dificuldades surgiram com acutilante premência.
11.°
Chegavam os fins de mês e a carência de meios implicava a impossibilidade de se proceder ao atempado pagamento dos salários dos empregados, que atingiram a trintena.
12.°
E, igualmente, dos fornecedores.
13.°
Com particular importância, como é lógico, respeitantemente aos fornecedores de matéria-prima.
14.°
Sem esta, como seria possível produzir, satisfazer as encomendas?!Page 15
15.°
A vida económica-financeira da ora requerente começava a andar assustadoramente para trás.
16.°
Chegava o princípio do fim...
17.°
Tentando, inverter a marcha para o abismo, os sócios da aqui requerente, vertem na empresa capital que vão buscar a suas poupanças e também a empréstimos.
18.°
Debalde.
As dívidas avolumam-se, tornando-se difícil, primeiro e impossível, depois, debelá-las.
19.°
Tudo piora à medida que a década de noventa caminha para o fim.
20.°
Será de indagar: qual a razão do descalabro, da inversão nefasta, do acumular de prejuízos à medida da sucessão dos exercícios?
21.°
Como foi referido no artigo 6.° desta peça o objecto social da aqui requerente sempre foi o de fabrico de confecções (vide doc. n.° 1),
22.°
concretamente, confecção de artigos de "underwear" em malha,
23.°
nomeadamente, camisas de noite, pijamas e robes de homem e senhora.
24.°
Tendo como único e exclusivo mercado o nacional.
25.°
Concretamente: os feirantes.Page 16
26.°
Que o mesmo é dizer o elo mais fraco da cadeia comercial.
27.°
Pessoas de reduzido poder de aquisição, procurando a todo o transe comprar por junto a preço reduzidíssimo, já que, por seu turno, os seus compradores são de estrato económico mui débil.
28.°
De qualquer maneira, como igualmente supra ficou vertido (item 7.°), no dealbar da sua actividade o projecto alcançou se não por completo, pelo menos, em certo aspecto, um relativo êxito.
29.°
Se o lucro atingido nunca foi famoso, ao menos a ora requerente ia cumprindo, com pendular regularidade, todas as suas obrigações, fossem estas perante fornecedores, empregados ou o sector público estatal.
30.°
Só que foi sol de pouca dura...
31.°
A partir do ano 2000, degrada-se velozmente o volume de vendas.
32.°
A quebra é notória.
33.°
Os então clientes (acima, no artigo 25.°, identificados) deixam de aparecer, dispersados por outras paragens.
...
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